Tempo médio de trabalho do brasileiro para comprar a cesta básica aumenta 30% em dez anos
No mapa abaixo você verá a média dos últimos dozes meses do tempo de trabalho necessário para pagar a cesta básica em cada capital brasileira.
Atenção!
Atualmente, 17 capitais recebem o levantamento mensal do Dieese. Em 2016, a pesquisa passou a ser feita em todo o território nacional, mas não segue em todos as capitais hoje em dia.
Portanto, as capitais: Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Macapá (AP), Maceió (AL), Palmas (TO), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Teresina (PI), apresentam dados apenas a partir de 2016 e até 2017/18/19 . Já a cidade de Campo Grande (MS) começou a receber o levantamento em novembro de 2012 (e segue até hoje) e Manaus (AM), depois de novembro de 2012 até agosto de 2018.
A hora de fazer compras no supermercado sempre vem acompanhada da sensação de que está tudo cada vez mais caro, que os produtos custam mais e o nosso dinheiro vale menos. Com a inflação do Brasil em alta e um cenário de campanha presidencial, isso fica mais evidente, mas será que estamos certos?
Você tem ideia de quantas horas precisa trabalhar para pagar uma cesta básica de alimentos? O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos) faz essa divulgação mensalmente para todas as capitais brasileiras e por isso, a HelloSafe Brasil fez uma análise dos últimos vinte anos desses dados. A ideia é descobrir se realmente cada vez mais o nosso dinheiro e tempo de trabalho vale menos.
Exemplo
- De 2012 para 2022, a média em 12 meses de tempo de trabalho para comprar a cesta básica subiu 30% no Brasil
- O menor tempo registrado do Brasil durante 20 anos aconteceu em Aracaju, em janeiro de 2014
- São Paulo bateu o recorde máximo do país em março de 2003
- Nos últimos 12 meses, brasileiro trabalhou em média 12 dias por mês para pagar a cesta básica
Nos últimos doze meses, brasileiro trabalhou em média 12 dias por mês para pagar a cesta básica
A HelloSafe Brasil calculou a média de tempo que o brasileiro precisa trabalhar para ter o dinheiro suficiente para pagar a cesta básica. Entre outubro de 2021 e setembro de 2022, a média nacional foi de 119 horas. As capitais que registraram os menores tempos foram Aracaju (96 horas), João Pessoa (102 horas) e Salvador (102 horas). Já as capitais onde os trabalhadores tem um custo de vida mais alto atualmente são: São Paulo (138 horas), Florianópolis (137 horas) e Porto Alegre (135 horas).
Nós também fizemos a comparação do mesmo período com dez anos atrás. A média de tempo nacional foi de 91 horas em 2012 para 119 em 2022, um crescimento de 30,76%. Todos as capitais tiveram aumento, mas algumas delas registraram um aumento maior que média nacional, como é o caso de Florianópolis, que teve o maior aumento percentual do país, 39,79%.
Na tabela abaixo, você verá uma comparação da média de tempo de trabalho necessário para pagar uma cesta básica do período de outubro de 2011 a setembro de 2012 com outubro de 2021 a setembro de 2022. O mesmo período, mas dez anos antes.
Capital | Média de tempo de trabalho entre 10/2011 a 09/2012 | Média de tempo de trabalho entre 10/2021 a 09/2022 | Porcentagem de aumento |
---|---|---|---|
Aracaju | 71 horas | 96 horas | 35,21% |
Belém | 91 horas | 110 horas | 20,87% |
Belo Horizonte | 98 horas | 119 horas | 21,42% |
Brasília | 95 horas | 126 horas | 32,63% |
Campo Grande | - | 128 horas | - |
Curitiba | 94 horas | 125 horas | 32,97% |
Florianópolis | 98 horas | 137 horas | 39,79% |
Fortaleza | 82 horas | 114 horas | 39,02% |
Goiânia | 90 horas | 120 horas | 33,33% |
João Pessoa | 79 horas | 102 horas | 29,11% |
Manaus | 97 horas | - | - |
Natal | 82 horas | 105 horas | 28,04% |
Porto Alegre | 103 horas | 135 horas | 31,06% |
Recife | 82 horas | 105 horas | 28,04% |
Rio de Janeiro | 99 horas | 132 horas | 33,33% |
Salvador | 78 horas | 102 horas | 30,76% |
São Paulo | 104 horas | 138 horas | 32,69% |
Vitória | 100 horas | 128 horas | 28% |
BRASIL | 91 horas | 119 horas | 30,76% |
Atenção!
Atualmente, o levantamento do Dieese é feito em 17 capitais brasileiras. Portanto, a média calculada entre as capitais para os últimos doze meses não inclui todas as capitais.
Em 2003, paulistas trabalhavam 192 horas para pagar a cesta básica
Durante os 20 anos analisados pela HelloSafe, nós constatamos que, em todas as capitais que tem o levantamento completo, o maior tempo de trabalho necessário para pagar uma cesta básica, foi registrado em março de 2003. Como é o caso de São Paulo que, neste período, registrou o maior recorde durante 20 anos do país. Na capital paulista, em março de 2003, eram necessárias 192 horas e 3 minutos de trabalho. Isso significa mais de 19 dias trabalhados no mês para comprar o básico da alimentação.
Abaixo você pode ver o tempo de trabalho necessário para pagar a cesta básica na capital paulista em setembro de cada biênio e também o maior e menor recorde registrado em São Paulo durante esses 20 anos.
*Tempo máximo e mínimo registrado durante 20 anos. Fonte: Dieese
Em 2014, Aracaju registra o menor tempo do país para comprar uma cesta básica
Como a maioria das capitais, Aracaju registrou seu maior tempo em março de 2003, com 163 horas e 15 minutos. A partir disso, a cidade viu o tempo ir caindo até chegar no ponto mínimo, não só para os aracajuanos, mas o menor tempo do Brasil. Em janeiro de 2014, a capital do Sergipe, Aracaju, registrou o menor tempo mensal necessário de trabalho para pagar uma cesta básica. Na época, eram necessárias 65 horas e 05 minutos. Desde então, a capital vive, de pouco a pouco, um aumento no custo de vida. O tempo de trabalho x cesta básica registrado no último mês foi de 94 horas e 09 minutos.
*Tempo máximo e mínimo registrado durante 20 anos. Fonte: Dieese
Bom saber
Se você é jornalista e precisa de algum gráfico com as informações de outra capital não mostrada neste estudo, não hesite em nos contatar .
Tempo de trabalho para pagar uma cesta básica deve diminuir no próximo ano
Apesar de apresentar resultados diferentes para cada capital, o Brasil de um modo geral segue a mesma tendência de curva. No inicio da análise, o tempo de trabalho estava em seu ponto mais alto e todas as capitais (que tem o levantamento completo durante os vinte anos) registraram recorde em março de 2003. Desde então, com algumas variações positivas e negativas, mês a mês o tempo foi diminuindo até atingir os pontos mais baixos entre 2012 e 2014. A partir disso, observa-se um novo crescimento que se mantêm até atualmente e ainda não mostra um indício de recuo.
Linha que claramente segue as movimentações da inflação no Brasil. O IPCA registrado nos últimos 20 anos teve um pico em 2002/2003. A partir disso, ele foi caindo até 2015, quando teve uma nova alta. Em 2018, uma outra redução e desde então, vem crescendo. A inflação acumulada nos primeiros nove meses do ano está em 4,09%, isso indica que ela deve terminar 2022 abaixo do nível atingido no ano passado, quando a taxa fechou o ano em 10,52%, a maior desde 2015. A possível redução é um indicador positivo que deve influenciar diretamente no tempo trabalhado para pagar uma cesta básica no Brasil e espera-se uma redução para o próximo ano em reflexo da diminuição do IPCA.
Qual a lista de alimentos que contêm a cesta básica?
O Decreto Lei n° 399, de 30 de abril de 1938, ainda válido atualmente, fez a regulamentação do salário mínimo no Brasil e também, definiu os alimentos que fazem parte da cesta básica de alimentos. É com base neste Decreto que o levantamento mensal do Dieese é feito. Os preços dos alimentos abaixo são levantados mensalmente nas capitais brasileiras em diferentes estabelecimentos, como supermercados, açougues, feiras livres e mercados públicos. São estes alimentos considerados para o cálculo de horas de trabalho x cesta básica.
A cesta básica contêm 13 alimentos considerados essenciais para o sustento de um adulto durante um mês.
Alimento | Quantidade |
---|---|
Carne | 6,0 kg |
Leite | 15,0 L |
Feijão | 4,5 kg |
Arroz | 3,0 kg |
Farinha | 1,5 kg |
Batata | 6,0 kg |
Legumes (Tomate) | 9,0 kg |
Pão Francês | 6,0 kg |
Café em pó | 600 gr |
Frutas (banana) | 90 unid |
Açúcar | 3,0 kg |
Óleo | 1,5 kg |
Manteiga | 900 gr |
Qual o valor do salário mínimo?
Atualmente, o valor do salário mínimo no Brasil é de R$ 1.212,00. Este valor está em vigor desde o dia 01 de janeiro de 2022.
O trabalhador que recebe um salário mínimo mensalmente, recebe por hora R$ 5,51 e por dia R$ 40,40.
Metodologia
Esta análise foi feita baseada no levantamento mensal do Dieese em cada capital brasileira.
A lista de alimentos calculados para a pesquisa do Dieese encontra-se na tabela no item "Qual a lista de alimentos que contêm a cesta básica?". Após a obtenção do valor da cesta básica em cada capital, é realizado o cálculo de quantas horas o trabalhador que ganha um salário mínimo precisa trabalhar para poder pagar a cesta básica de alimentos.
Para chegar ao resultado, é utilizada como base a jornada de trabalho de 220 horas por mês, que é adotada na Constituição desde outubro de 1988.
As informações sobre inflação e as taxas anuais foram retiradas do site do IBGE.
Para as médias anuais de tempo de trabalho, o resultado em horas foi arredondado para mais (quando igual ou mais de 0,51) ou para menos (quando igual ou menor de 0,50).
Observe que as informações acima estão corretas na data em que foram publicadas. Todos os nossos estudos são baseados em informações confiáveis obtidas de organizações públicas e privadas. Para obter mais informações sobre nossas diretrizes editoriais, clique aqui.
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Silvana Theodoro
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