Cirurgia de hérnia: tipos, como são feitas, preços

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Alexandre Desoutter Atualizado em março 2, 2023

Talvez você não saiba, mas a cirurgia de hérnia é realizada milhões de vezes por ano, no mundo inteiro. No Brasil, cerca de 3 a 8 por cento da população manifestam algum tipo de hérnia na região do abdômen, um dos tipos mais comuns, segundo dados do Ministério da Saúde.

Mas afinal, o que é essa doença que afeta anualmente mais de 2 milhões de brasileiros?

Hérnia é a elevação de um órgão ou tecido que pode surgir em diferentes locais do corpo como abdômen, virilha e coluna, e se manifesta por meio de uma abertura incomum. O único tratamento definitivo para as diferentes manifestações dessa doença é a cirurgia de hérnia, que podem ser incisional, laparoscópica ou robótica. Nesse artigo você vai conhecer mais sobre cada uma delas.

A cirurgia de hérnia é coberta pelo plano de saúde?

Sim. A cirurgia de hérnia está prevista no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o que garante a cobertura do procedimento cirúrgico pelos planos.

Segundo o Rol de Procedimentos da ANS, nas segmentações hospitalar com obstetrícia, hospitalar sem obstetrícia e plano referência, os tratamentos obrigatórios relacionados aos cuidados de hérnias são:

  • Sutura de Córnea (com ou sem hérnia de íris);
  • Hérnia - Tratamento cirúrgico;
  • Reparação de outras hérnias (inclui herniorrafia muscular);
  • Hérnia de Disco - Tratamento cirúrgico;
  • Hérnia Diafragmática - Tratamento cirúrgico.

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Quais são os tipos mais comuns de hérnia?

Como já falamos aqui, hérnias são lesões que ocorrem quando um órgão interno se desloca e causa uma saliência por baixo da pele. Existem vários tipos de hérnias que podem ser manifestar no organismo, e elas variam de acordo com a causa e local do corpo. Confira a seguir quais são os tipos mais frequentes.

Hérnia de disco

Também conhecida como hérnia cervical, ocorre quando há o deslocamento do disco intervertebral, que funciona como amortecedores entre as vértebras da coluna. É mais comum em idosos, pelo processo natural de envelhecimento, em pessoas obesas ou que costumam carregar peso em excesso. Além disso, a hérnia de disco também pode ser consequência de desgaste dos músculos do abdômen e das costas, que oferecem sustentação à coluna.

Hérnia inguinal

Saliência que acontece na virilha, trata-se de uma abertura nos músculos abdominais que faz com que uma parte do intestino ou de outro órgão do abdômen consiga sair por meio de um ponto enfraquecido dos músculos abdominais. Segundo a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH), esse é o tipo mais comum de hérnia, representando 75% dos casos diagnosticados. Pode se manifestar de forma direta ou indireta, principalmente em homens, bebês e crianças.

Hérnia umbilical

É a passagem de uma parte do intestino através dos músculos do abdômen, que normalmente provoca um estufamento ao redor do umbigo. É causada devido a falha na cicatrização umbilical, e pode ser potencializada pela gravidez, pelo esforço excessivo, e também pela obesidade. É mais comum em bebês e crianças.

Hérnia epigástrica

Conhecida como hérnia abdominal, ocorre na linha entre o umbigo e o tórax, quando o distanciamento dos músculos abdominais dá espaço ao surgimento desse tipo de hérnia. Também se forma devido ao enfraquecimento do músculo da parede abdominal, que implica a saída de tecidos pelo orifício formado, resultando em uma saliência que se torna visível na parte externa da barriga, devido ao deslocamento dos músculos abdominais.

Hérnia incisional

Podem surgir em locais do abdômen que sofreram incisões cirúrgicas abdominais, logo após ou até anos após o procedimento cirúrgico. Trata-se de um pequeno inchaço ou nódulo na cicatriz. A principal causa para este tipo de hérnia está relacionada à fraqueza da parede abdominal no local da cirurgia.

Hérnia de hiato

Causada pelo relaxamento da musculatura entre o peito e o abdômen, é o deslocamento do estômago por meio do orifício pelo qual o esôfago atravessa o diafragma, para penetrar na cavidade abdominal. Em outras palavras, a hérnia de hiato consiste na passagem de parte de órgãos abdominais para dentro do tórax. A obesidade e até o excesso de atividades físicas está entre as causas do surgimento desse tipo de doença, que surge em dois tipos: por deslizamento (mais comum) e paraesofágica, quando parte do estômago é empurrada para cima do diafragma.

Quais são os diferentes tratamentos e prevenções para a hérnia?

A hérnia pode decorrer de diversos motivos. Entre eles, carregar excesso de pesos, esforço extremo, obesidade, gravidez em curtos espaços de tempo e tosse excessiva.

Existem algumas formas de prevenção do aparecimento de hérnias, são elas:

  1. Atentar-se ao sobrepreso ou obesidade;
  2. Evitar o levantamento de pesos excessivos;
  3. Cuidar da alimentação saudável;
  4. Não fumar;
  5. Tomar cuidados com cirurgias recentes;
  6. Correção da postura.

Em alguns casos, o uso de analgésicos e anti-inflamatórios pode ser eficiente para amenizar os sintomas da doença, e funcionam como tratamento temporário para a hérnia. Porém, a cirurgia é o único tratamento que pode corrigir permanentemente o problema e é indicada para casos de risco, em que a protuberância causa muita dor ou aumenta de tamanho rapidamente. Em casos assintomáticos, o acompanhamento médico no decorrer da vida é recomendado para evitar tratamentos emergenciais e de risco.

Quais são os diferentes tipos de cirurgia de hérnia?

A cirurgia tradicional de hérnia é uma das mais realizadas em todo o mundo e possui riscos baixos de complicações, podendo apresentar mais riscos a pacientes com históricos de problemas clínicos graves. Atualmente existem três tipos de cirurgias para tratar a hérnia:

Cirurgia Incisional

A técnica mais utilizada nos dias de hoje, consiste na cirurgia por meios convencionais por corte. Pode ser realizada com anestesia local, tem pequeno risco de complicações graves e menor custo. Por outro lado, causa maior dor pós-operatória, além de maior tempo de recuperação e maior risco de complicação da ferida operatória, incluindo infecção.

Cirurgia Laparoscópica

Procedimento menos invasivo do que a técnica convencional, feita por pequenos cortes cirúrgicos com inserção de uma pequena câmera que possibilita ao cirurgião ter a visão completa da região da hérnia, o que ajuda a manipular os instrumentos cirúrgicos. Apesar da necessidade de anestesia geral, o tempo de recuperação desse tipo de cirurgia é bem menor e a cicatriz resultante é mínima. Além disso, causa menor dor pós-operatória, menor risco de complicação de ferida operatória e possibilita retorno mais rápido às atividades.

Cirurgia Robótica

Assim como a técnica laparoscópica, a cirurgia de hérnia robótica inclui pequenas incisões, de uma forma mais tecnológica. Essa é a técnica mais avançada em procedimentos minimamente invasivos, e é realizada inteiramente por um robô controlado pelo cirurgião, o que possibilita mais facilidade e precisão.

Como é feito o diagnóstico da hérnia?

Geralmente, o diagnóstico de hérnia é dado com base em exames médicos. Em alguns casos, ainda, o histórico do paciente associado ao exame físico é suficiente pra realizar o diagnóstico. Quando a protusão é visível, o olhar clínico do médico já é suficiente para chegar ao diagnóstico.

Também é possível identificar a hérnia através de exames de imagens como ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) ou ecografia, que é o mais solicitado.

Edema e pele avermelhada ou roxa no local da hérnia, dor intensa, náuseas, vômitos e febre são alguns dos sintomas mais comuns de pacientes com indícios de casos mais graves, e a confirmação do diagnóstico deve ser realizada com o máximo de antecedência para que o caso seja tratado e a vida do paciente não seja colocada em risco.

Quando é indicada a operação de hérnia?

Apesar do procedimento cirúrgico ser o único tratamento eficaz para correção de hérnias, em um primeiro momento, pode não ser o mais recomendado.

Pacientes com hérnias pequenas ou assintomáticas, que não oferecem risco à vida, podem ser monitorados regularmente e fazer uso de medicamentos para controle dos sintomas e dores. De qualquer forma, a médio ou longo prazo, será necessário receber o tratamento adequado, de acordo com cada caso, já que as hérnias tendem a se desenvolver e ganhar volume, o que pode gerar dor e incômodo.

Em casos mais avançados, a cirurgia de hérnia é eletiva e recomendada no momento em que o paciente foi diagnosticado com a condição. O procedimento cirúrgico corrige os diferentes tipos da doença — como umbilical, inguinal, epigástrica, incisional, de hiato ou hérnia de disco — e pode evitar situações de agravamento, que acontecem em dois casos específicos:

  • Hérnia estrangulada: quando o fluxo sanguíneo para o órgão é nitidamente interrompido, podendo causar necrose dos tecidos, perfuração intestinal e óbito.
  • Hérnia encarcerada: quando o órgão ou conteúdo fica preso no orifício, não retornando para dentro da cavidade abdominal. Isso geralmente aumenta a dor e pode reduzir a circulação sanguínea do órgão, comprometendo o funcionamento e causando lesões nos tecidos.

Quais são os riscos da cirurgia de hérnia?

Como toda intervenção cirúrgica, as cirurgias de hérnia incluem riscos comuns – mesmo que pequenos– como complicações anestésicas, infecção, hematomas, recorrência ou ressurgimento da hérnia.

Independentemente do tipo de hérnia, os riscos variam de acordo com as condições clínicas gerais do paciente. Nas cirurgias sem complicações, o risco é muito pequeno, já quando há estrangulamento ou encarceramento da hérnia, os riscos são muito maiores.

No caso da cirurgia de hérnia de disco, além das complicações comuns citadas, também existem complicações especificas da região, como persistência da dor na coluna, dificuldade para movimentar a coluna e a lesão de nervos ao redor da coluna.

Como é o pós-operatório da cirurgia de hérnia?

A cirurgia para correção da hérnia é um procedimento relativamente simples e os pacientes costumam ter uma recuperação rápida, com riscos de problemas bem baixos.

No caso da cirurgia convencional, ou aberta, o paciente pode ficar internado de 1 a 4 dias após o procedimento, a depender do tamanho da hérnia e da complexidade do caso. Já com a cirurgia laparoscopia ou robótica, as mais tecnológicas, a recuperação costuma ser mais rápida e normalmente a internação ocorre de 1 a 2 dias.

Confira algumas dicas de como cuidar do seu pós-operatório:

  • Respeite o repouso relativo na primeira semana após a cirurgia;
  • Uso correto da medicação prescrita pelo médico;
  • Cuidados com a higiene do local da cirurgia, a fim de evitar infecções;
  • Evite pegar em objetos mais pesados que 5kg durante o primeiro mês após a cirurgia;
  • Evite fazer qualquer esforço pelo período de 7 a 10 dias;
  • Inclua alimentos ricos em fibras na sua dieta, para evitar a prisão de ventre;
  • Continue com acompanhamento médico.

Em ambos os casos, a pessoa pode retornar às suas atividades habituais em duas semanas, porém é preciso tomar alguns cuidados simples no pós-operatório, para que não haja reincidência ou complicações.

Quais são os benefícios da cirurgia de hérnia?

Os benefícios são inúmeros, uma vez que o procedimento cirúrgico é o único recurso possível para tratar a hérnia. A principal vantagem é a prevenção de estrangulamento herniário, também conhecido como rompimento da hérnia, que extravasa pelas falhas da musculatura, causando complicações sérias e até mesmo risco à vida do paciente.

Com o passar do tempo, as hérnias tendem a aumentar. Além disso, no caso do surgimento de hérnias na região abdominal, pode acontecer dos órgãos abdominais como as alças de intestino ficarem presas no orifício da hérnia, causando complicações mais sérias, como a obstrução da passagem dos líquidos das alças e perfuração intestinal provocada pela pressão da hérnia sobre o intestino.

Em casos de complicações mais graves, como as hérnias encarceradas, se torna necessário o tratamento cirúrgico emergencial. Já quando há o estrangulamento das hérnias, pode decorrer uma infecção generalizada (sepse) e, em casos ainda mais graves, pode levar o paciente ao óbito.

Por esses motivos é tão importante o diagnóstico e encaminhamento médico.

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Qual o preço da cirurgia de hérnia?

No Brasil, apesar da maioria das cirurgias de hérnias serem realizadas pelo Sistema Único de Saúde (entre janeiro de 2015 e setembro de 2021 foram 1 milhão e 460 mil!) ou cobertas pelo próprio plano de saúde, muita gente se pergunta qual seria o preço de uma cirurgia particular.

Ao acessar o comparador da HelloSafe, você tem em mãos as principais informações sobre a cobertura dos planos de saúde no Brasil e ainda pode fazer a simulação de qual seria a melhor opção de operadora para você, de acordo com o seu perfil.

Os preços para esse tipo de cirurgia podem variar em média de R$ 4.000,00 a R$ 11.000,00 (mil reais), influenciados por diversos fatores. Confira a seguir os valores base de alguns procedimentos relacionados ao tratamento da hérnia, segundo levantamento do Convênio Médico-Hospitalar ABMED.

CirurgiaValor (aproximado)
Cirurgia Hérnia Epigástrica
R$ 4.000,00 + materiais e medicamentos
Cirurgia Hérnia Incisional
R$ 7.500,00
Cirurgia Hérnia Inguinal Bilateral
R$ 6.500,00 + materiais e medicamentos
Cirurgia Hérnia Inguinal Escrotal
R$ 4.000,00 + materiais e medicamentos
Cirurgia Hérnia Inguinal Unilateral
R$ 7.500,00
Cirurgia Hernia Inguinal Unilateral (com Tela PHS)
R$ 10.500,00 + materiais e medicamentos
Cirurgia Hérnia Umbilical
R$ 7.500,00
Preços das diferentes cirurgias de hérnia.

O que fazer se o seu plano de saúde negar a sua cirurgia de hérnia?

A cirurgia de hérnia está prevista no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como tratamento com cobertura obrigatória pelos planos de saúde. Principalmente se o caso caracterizar urgência ou emergência, como em ocorrências de estrangulamento herniário, se torna proibida a negativa de atendimento por parte do plano, de acordo com Lei n° 9.656/1998.

Se o procedimento for negado pelo seu plano de saúde, é possível reverter a negativa junto a operadora.

A seguir, confira o passo a passo de como lidar com casos de negativa por parte do seu plano de saúde.

  1. Contate o seu plano de saúde.

O primeiro passo é entrar em contato com a operadora do seu plano de saúde e registrar um protocolo de atendimento, a fim de tentar reverter a situação sem a necessidade de acionar outros meios.

  1. Caso a negativa seja mantida, solicite o motivo da recusa por escrito.

Desde 2013, planos de saúde e convênios médicos são obrigados a apresentarem justificativa por escrito em caso de negativa de atendimento médico. Por esse motivo, se mesmo depois do contato com a operadora, a negativa persistir, solicite por escrito os motivos pelos quais foi negado o atendimento. Essa justificativa deve estar em linguagem clara, indicando a cláusula contratual ou o dispositivo legal que a justifique.

A operadora que não fornecer a negativa por escrito pode ser multada pela ANS em R$ 30 mil reais. A multa por negativa de cobertura inadequada é de R$ 80 mil, podendo chegar a R$ 100 mil, em casos de urgência e emergência.

  1. Contate a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O órgão que regulamenta os planos de Saúde no Brasil deve ser acionado caso a negativa indevida persista, a fim de verificar a possibilidade de resolução. Se o paciente pagou para ter o procedimento, inicialmente negado pelo plano ou convênio médico, pode pedir reembolso total do que gastou.

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Alexandre Desoutter
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Alexandre Desoutter trabalha como editor-chefe e chefe de relações com a imprensa na HelloSafe desde junho de 2020. Formado pela Sciences Po Grenoble, trabalhou como jornalista por vários anos na mídia francesa e continua colaborando como colaborador a várias publicações.

Neste sentido, a sua função leva-o a realizar um trabalho de orientação e apoio a todos os editores e colaboradores da HelloSafe para que a linha editorial definida pela empresa seja integralmente respeitada e declinada através dos textos publicados diariamente no nossas plataformas.

Como tal, Alexandre é responsável por implementar e manter os mais rígidos padrões jornalísticos dentro da equipe editorial da HelloSafe, a fim de garantir a informação mais precisa, atualizada e especializada possível em nossas plataformas. . O Alexandre, em particular, empreende há dois anos a implementação de um sistema de dupla verificação sistemática de todos os artigos publicados no ecossistema HelloSafe, capaz de garantir a máxima qualidade da informação.

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