Melhores brokers de matérias-primas em 2025

Quais matérias-primas podem ser negociadas online?

As matérias-primas são ativos físicos essenciais negociados em Bolsa de Valores, como petróleo, ouro ou soja. Elas desempenham um papel fundamental na economia global, servindo de base para a produção de energia, bens industriais e alimentos. Nos mercados financeiros, o preço das commodities é influenciado principalmente pela oferta e demanda, efeitos climáticos, contexto geopolítico, decisões políticas e avanços tecnológicos. Essas dinâmicas tornam o mercado de matérias-primas volátil e diferenciado de outros ativos.

Para investir em commodities no trading online, há diferentes instrumentos financeiros, entre os quais os mais acessíveis são:

• Contratos por Diferença (CFDs): permitem especular sobre as variações de preço sem possuir a mercadoria física;
• Futuros: acordos de compra/venda de uma quantidade de commodity em uma data futura, amplamente usados por profissionais;
• ETFs: Fundos de Índice que replicam o desempenho de cestas de commodities ou de uma matéria-prima específica.

A seguir, conheça as principais categorias de commodities e como investidores brasileiros podem acessá-las online.

Investir em Ouro

O ouro é considerado um porto seguro, buscado em momentos de instabilidade econômica ou inflação. É mais estável em comparação a outras commodities, sendo indicado para preservação de patrimônio. ETFs oferecem exposição prática e custos reduzidos ao investidor brasileiro.

Investir em Petróleo

O mercado de petróleo é dinâmico e altamente sensível a conflitos, sanções ou decisões de grandes exportadores. Por isso, pode gerar grandes oportunidades, mas demanda acompanhamento constante do cenário global. CFD e futuros permitem operar na alta e baixa, com alavancagem.

Investir em Gás Natural

O gás natural apresenta oscilações intensas, sobretudo no inverno do hemisfério norte e em períodos de crises energéticas. Não é recomendável para iniciantes. Exige atenção ao gerenciamento de risco e boas estratégias de proteção.

Investir em Alumínio

O alumínio é essencial para setores industriais e a sua cotação é sensível ao custo da energia elétrica, já que sua produção é intensiva nesse insumo. É indicado para diversificação de portfólio e para quem já tem certa experiência em análise de cenário global.

Investir em Cereais (Trigo, Milho, Soja)

Commodities agrícolas são essenciais para a alimentação e, no Brasil, a soja possui protagonismo. Os preços tendem a oscilar conforme safras, clima, estoques e demanda global, sendo mercados que exigem acompanhamento de notícias e dados sazonais. Futuros e ETFs agrícolas são os meios mais acessíveis para o investidor, inclusive para a diversificação do portfólio brasileiro.

Como investir em commodities?

Investir em matérias-primas é uma estratégia interessante para quem deseja diversificar seu portfólio, seja para buscar proteção contra a inflação, maior estabilidade ou até mesmo oportunidades de especulação no curto prazo. Existem várias formas de acessar esse universo de ativos físicos — como ouro, petróleo, café, milho — utilizando diferentes instrumentos financeiros. A escolha da metodologia depende do seu perfil de investidor, dos objetivos traçados e do seu horizonte de aplicação.

Investir via CFD (Contracts for Difference)

Os CFDs (Contratos por Diferença) permitem operar na variação de preço das matérias-primas sem precisar deter fisicamente o ativo subjacente. Investir via CFD é popular para operações de curto prazo e possibilita ganhos tanto na alta quanto na baixa dos preços. Um dos principais atrativos é o efeito de alavancagem, que potencializa resultados, mas também amplia os riscos de perdas. Essas operações podem ser acessíveis com valores relativamente reduzidos, mas exigem cuidado com eventuais oscilações do mercado.

Exemplo de CFD em petróleo

Imagine que você acredita que o preço do petróleo Brent vai subir nos próximos dias. Você abre uma posição de compra (long) em um CFD de 10 barris a R$ 400 por barril. Se o preço sobe para R$ 420 e você encerra a posição, terá um lucro de (R$ 420 – R$ 400) x 10 = R$ 200 (descontando custos e taxas).

Investir via contratos a termo (futuros)

Os contratos futuros são acordos padronizados negociados em bolsa para comprar ou vender uma quantidade especificada de uma matéria-prima em uma data futura a um preço pré-definido. Eles são amplamente utilizados tanto para especulação quanto para proteção (hedge) contra oscilações adversas de preços. O investimento em futuros exige cautela, pois envolve ajustes diários que podem gerar ganhos ou perdas rápidas, e a necessidade de margem de garantia.

Exemplo de contrato futuro de trigo

Suponha que você compre um contrato futuro de trigo para entrega em três meses a R$ 1.200 por tonelada, esperando que o preço suba. Se, antes do vencimento, o valor de mercado atinge R$ 1.260, você pode vender seu contrato e obter um resultado positivo de R$ 60 por tonelada negociada (menos custos operacionais).

Investir via ETF (Exchange Traded Funds)

Os ETFs permitem obter exposição a matérias-primas por meio de fundos negociados em bolsa que seguem o comportamento de um ativo ou de uma cesta de commodities. Assim, o investidor pode participar das variações de preço desses ativos sem precisar negociar contratos futuros ou CFDs diretamente. O investimento é simples como comprar uma ação na bolsa e oferece diversificação com custos baixos de gestão.

Exemplo de ETF em ouro

Você decide investir R$ 1.000 em um ETF que replica o preço do ouro. Se a cotação do ouro sobe 10% em um mês, seu investimento passa a valer cerca de R$ 1.100 (considerando variações cambiais e taxas do fundo).

Investir em ações de empresas ligadas às matérias-primas

Essa abordagem consiste em adquirir ações de companhias cujos resultados dependem diretamente da produção, extração ou comercialização de matérias-primas. O desempenho dessas empresas tende a acompanhar a evolução dos preços das commodities, mas pode sofrer influência de outros fatores, como gestão, custos e cenário global. É uma forma indireta de exposição, adequada para quem busca crescimento de capital no longo prazo.

Exemplo de compra de ações de mineração

Você adquire 100 ações de uma mineradora de ouro listada a R$ 50 cada. Se o ouro se valoriza globalmente e o lucro da empresa cresce, as ações podem subir para R$ 60, resultando em ganho potencial de R$ 1.000 (100 x R$ 10).

Investir em matérias-primas físicas

A forma mais tradicional é adquirir fisicamente a matéria-prima, como barras de ouro e prata, ou até mesmo commodities agrícolas em menor escala. Essa abordagem é vista como reserva de valor a longo prazo, pois confere mais segurança, sendo pouco influenciada por crises financeiras ou bancárias. No entanto, envolve custos logísticos, armazenagem e questões de liquidez.

Exemplo de compra física de ouro

Você compra uma barra de ouro de 50g por R$ 15.000 de um distribuidor autorizado. Após alguns anos, o ouro se valoriza para R$ 20.000. Se você revender a barra, realiza um lucro bruto de R$ 5.000 (descontando taxas e custos de custódia).

Diversificar seu portfólio com matérias-primas pode aumentar a resiliência e o potencial de retorno dos investimentos, mas é fundamental conhecer bem o funcionamento de cada instrumento antes de investir, sempre analisando riscos e o horizonte desejado.

Qual é a matéria-prima de acordo com o seu perfil de investidor?

Ao investir em matérias-primas, é fundamental entender que cada ativo possui um comportamento próprio quanto à volatilidade, ao potencial de rendimento e à exposição aos riscos internacionais e geopolíticos. Assim, o perfil do investidor – seja iniciante, intermediário ou experiente – é essencial para selecionar as commodities mais adequadas às suas capacidades e ao seu apetite ao risco. Confira abaixo como alinhar seu perfil ao tipo de matéria-prima para investir com mais confiança.

🟢 Iniciante: matérias-primas estáveis e previsíveis

Para quem está começando, é importante priorizar ativos mais previsíveis e com menor risco de variações bruscas. Veja por que o ouro e o alumínio são opções indicadas:

• Ouro: baixa volatilidade no longo prazo, forte reserva de valor em períodos de incerteza global, liquidez elevada.
• Alumínio: demanda global constante vinculada ao setor industrial, variações de preço geralmente mais moderadas comparadas a outras commodities.
• Estratégias recomendadas: investir via fundos negociados em bolsa (ETF), contratos por diferença (CFD) com baixo nível de alavancagem. Evite operações de curtíssimo prazo (day trading).

🟡 Intermediário: ativos mais dinâmicos e expostos à atualidade

Neste nível, o investidor já pode buscar oportunidades em commodities mais sensíveis a fatores econômicos e eventos mundiais. Petróleo e cereais apresentam oportunidades, porém exigem acompanhamento periódico de notícias.

• Petróleo: preços influenciados por decisões políticas, estoques globais e conflitos; exige análise de tendências.
• Cereais: soja, milho e trigo têm preços impactados por clima, estoques e sazonalidade da produção, além de eventos na cadeia do agronegócio.
• Estratégias recomendadas: swing trading (operações de alguns dias/semanas) via CFD ou ETF, sempre usando ferramentas de proteção como stop-loss para limitar perdas.

🔴 Expert: ativos muito voláteis e sensíveis a dados externos

Investidores experientes podem operar ativos de alta volatilidade, que exigem rápida adaptação e domínio de ferramentas avançadas.

• Gás natural: preços altamente sensíveis ao clima (frio/calor extremos), estoques e geopolítica; variações podem ser abruptas no curto prazo.
• Petróleo em trading de curto prazo: exige leitura constante de indicadores técnicos e notícias em tempo real.
• Cereais em operações de curto prazo: oportunidades surgem com eventos inesperados (seca, exportações, políticas agrícolas), pedindo agilidade do investidor.
• Ferramentas recomendadas: scalping (operações rápidas), uso intensivo de indicadores técnicos, estratégias de hedge (proteção), e gestão rigorosa da alavancagem para não comprometer o capital.

Assim, alinhar o tipo de matéria-prima ao seu perfil é fundamental para investir de forma consciente e adequada ao seu conhecimento e tolerância ao risco.

Como escolher um corretor para negociar commodities?

Escolher o corretor certo é uma etapa crucial para investir de maneira eficiente e segura no mercado de matérias-primas. Um bom corretor oferece não apenas acesso a uma variedade de commodities, mas também garante um ambiente regulado, ferramentas de qualidade e condições justas para seus investidores. Por isso, analisar criteriosamente cada aspecto antes de abrir sua conta é essencial para proteger seu capital e aumentar suas chances de sucesso.

Por que investir em commodities?

A decisão de incluir matérias-primas em um portfólio de investimentos levanta muitas perguntas: são realmente necessárias? Trazem valor em relação a outros ativos mais tradicionais, como ações e títulos públicos? A resposta, mesmo que não seja absoluta, tende a mostrar que as matérias-primas têm sim um papel estratégico, especialmente quando buscamos equilíbrio e robustez. Porém, como todo investimento, sua inclusão deve ser feita de forma ponderada e dentro de um raciocínio amplo de diversificação.

Uma das principais razões para considerar matérias-primas é a sua dinâmica própria, frequentemente independente da dos mercados acionários e de renda fixa. Enquanto ações podem sofrer com movimentos de mercado ou conjunturas econômicas específicas, as matérias-primas reagem, em grande parte, a forças do setor real: oferta e demanda física, situações climáticas, cadeias logísticas, entre outros fatores. Isso significa que, mesmo em períodos de quedas nos demais mercados, alguns segmentos de matérias-primas podem mostrar resiliência ou até valorização. Na construção de portfólios diversificados, essa característica ajuda a suavizar oscilações e pode reduzir riscos agregados.

Outro ponto relevante é a capacidade de certas matérias-primas, especialmente produtos agrícolas e energéticos, de oferecer alguma proteção diante de cenários inflacionários. Quando o custo de vida sobe, o preço de muitos insumos fundamentais para a economia – como grãos, carne, petróleo ou gás – tende a acompanhar essa alta, já que são essenciais ao funcionamento das cadeias produtivas. Para o investidor, isso significa uma potencial cobertura no portfólio, equilibrando eventuais perdas em ativos que sofrem com inflação alta.

Merecem destaque especial os metais preciosos, como ouro e prata, tradicionalmente reconhecidos como “valores refuges” em contextos de instabilidade econômica, geopolítica ou financeira. Diferentemente de outros ativos, seu valor intrínseco e sua aceitação universal fazem deles amortecedores naturais em momentos de elevada incerteza. Manter uma fração do portfólio nessas matérias-primas pode contribuir para preservar capital e confiança quando outros mercados enfrentam turbulências.

Por fim, o mercado de matérias-primas abre portas para estratégias táticas, especialmente em determinados períodos. Assim como o preço do petróleo pode subir repentinamente diante de tensões geopolíticas, outros ativos deste segmento também podem apresentar movimentos expressivos em função de choques de oferta ou mudanças regulatórias. Investidores atentos podem, por meio de análise criteriosa, identificar oportunidades de ganhos no curto ou médio prazo, sempre considerando os riscos envolvidos.

En résumé

As matérias-primas não representam uma garantia de desempenho superior ou proteção total. No entanto, quando inseridas estrategicamente em um portfólio, desempenham funções complementares importantes: diversificação, proteção parcial contra a inflação, redução de risco em tempos de crise e acesso a oportunidades pontuais de valorização. Integrá-las requer análise, acompanhamento e conhecimento – mas pode ser um elemento-chave na construção de uma carteira realmente robusta.

Quanto custa o trading de commodities?

O trading de commodities pode ser uma oportunidade interessante de diversificação de portfólio. No entanto, é fundamental entender todos os custos envolvidos antes de começar. Os principais tipos de custos que o investidor encontra são: spread, comissão por operação, taxa de financiamento (swap), taxa de inatividade e taxa de saque. Conhecer cada um deles e seu impacto ajuda a tomar decisões conscientes para proteger e otimizar seus lucros.

1. Spread

O spread é a diferença entre o preço de compra (ask) e o preço de venda (bid) de uma commodity. Esse é um custo indireto: sempre que você compra, já começa com esse valor de "desvantagem", pois o preço de revenda está mais baixo.

Exemplo de Spread

Se o preço de compra do contrato de soja é R$ 135,00 e o de venda é R$ 134,90, o spread é de R$ 0,10 por contrato. Se você operar 10 contratos, o custo total de spread será R$ 1,00, descontados já na abertura da operação.

2. Comissão por operação

A comissão é uma taxa fixa ou percentual cobrada a cada vez que você abre ou fecha uma posição. Ela varia de acordo com a corretora e o tipo de contrato negociado.

Exemplo de Comissão por Operação

Supondo que a corretora cobre 0,2% por ordem: Você compra R$ 5.000 em contratos de milho. Comissão na compra: R$ 10,00 (0,2% de R$ 5.000). Ao vender seus contratos por R$ 5.500, pagaria também R$ 11,00. Total de comissões: R$ 21,00.

3. Taxa de financiamento (swap)

Ao manter posições abertas durante a noite, especialmente em operações alavancadas, costuma-se pagar (ou receber, dependendo do caso) uma taxa chamada swap. Esse custo serve para remunerar o empréstimo do valor que ultrapassa seu saldo em conta.

Exemplo de Taxa de Financiamento (Swap)

Se você manter um contrato de ouro aberto de terça para quarta-feira, e o swap for de R$ 12,00 por noite, será descontado esse valor do seu saldo cada noite em que permanecer posicionado.

4. Taxa de inatividade

Algumas corretoras aplicam uma taxa de inatividade se você não realiza operações durante um determinado tempo. Esse valor pode impactar quem faz poucas operações por ano.

Exemplo de Taxa de Inatividade

Após 3 meses sem negociar, sua corretora pode cobrar R$ 30,00 por mês até que você volte a operar. Em 6 meses de inatividade, o custo acumulado será de R$ 180,00.

5. Taxa de saque

Sempre que você quiser transferir dinheiro da corretora para sua conta bancária, pode haver uma taxa fixa por transação. Ela se aplica toda vez que for feito um saque.

Exemplo de Taxa de Saque

Se a taxa de saque é de R$ 5,00 por transferência, e você faz dois saques em um mês, pagará R$ 10,00 em taxas no total. Reduzir o número de saques pode ajudar a minimizar esse custo.

Conhecer e calcular todos esses custos é essencial para tornar o trading de commodities mais eficiente e garantir que seus lucros não sejam corroídos por cobranças inesperadas.

Preços das matérias-primas em tempo real

Qual é a tributação sobre os rendimentos provenientes de matérias-primas no BR?

A tributação dos rendimentos provenientes de investimentos em matérias-primas no Brasil varia conforme o tipo de instrumento financeiro utilizado e as regras fiscais específicas do país. Diferentes produtos — como derivativos (CFD e futuros), fundos negociados em bolsa (ETF), ações de empresas ligadas ao setor de commodities e metais físicos como ouro ou prata — são enquadrados em regimes fiscais distintos. Em geral, tais rendimentos são tratados como rendimentos de capital, sujeitos a regimes e alíquotas que dependem da natureza do produto e da forma de operação, bem como de eventuais regras específicas aplicáveis a cada caso.

No caso dos investimentos em CFD e contratos futuros, o investidor pessoa física no Brasil precisa apurar e pagar o Imposto de Renda incidente sobre o ganho líquido mensal. A alíquota é de 20% para operações day trade (compra e venda no mesmo dia), e de 15% para as demais operações (swing trade). Prejuízos podem ser compensados em meses subsequentes, desde que devidamente lançados em declaração. Todos os ganhos e perdas devem ser declarados na ficha de “Renda Variável” da declaração anual.

Os ETFs que investem em matérias-primas normalmente são tributados como fundos de investimento tradicionais, com incidência de imposto de renda de 15% sobre o ganho de capital, exceto se vendidos em montantes iguais ou inferiores a R$ 20.000 por mês, caso em que pode haver isenção (restrita normalmente a ETFs de ações domiciliados no Brasil). ETFs de commodities não concedem, via de regra, essa isenção. O recolhimento do imposto deve ser feito via DARF até o último dia útil do mês seguinte à venda.

As ações de empresas mineradoras ou petrolíferas listadas na B3 estão sujeitas à tributação sobre ganho de capital apenas se o total das vendas no mês ultrapassar R$ 20.000, com alíquota de 15%. Dividendos atualmente são isentos de IR, mas os juros sobre capital próprio (JCP) recebidos são tributados na fonte à alíquota de 15%. É fundamental consolidar as transações e informar todos os rendimentos na declaração de ajuste anual.

A compra e venda de metais preciosos físicos, como ouro e prata, são tratadas como operações com bens móveis. Para o ouro financeiro negociado na bolsa (BM&FBOVESPA), há tratamento próprio, equiparado a ativos financeiros. O ganho de capital na venda, independentemente do prazo, é tributado à alíquota fixa de 15%. Para quantias relevantes, há obrigatoriedade de entrega da declaração de bens e direitos. A isenção para vendas de até R$ 35.000 por mês aplica-se para alguns bens, mas costuma ser restrita para metais financeiros.

Dessa forma, vale atentar à natureza do instrumento, aos limites de isenção e às regras de cada produto. Uma apuração e declaração corretas são essenciais para evitar autuações e dores de cabeça com o Fisco brasileiro.

Matérias-primas: entender o efeito Contango e de Backwardation

Quando falamos de investimentos em commodities, um conceito central para entender a dinâmica dos preços é a chamada “curva de preços”. Essa curva mostra, para uma mercadoria (como petróleo, soja ou minério de ferro), quanto vale agora (preço spot) e quanto vale em datas futuras (preços a termo, negociados em contratos futuros). Ao analisar como essa curva se comporta, os investidores conseguem identificar se o preço esperado para o futuro está acima ou abaixo do valor atual. Os dois cenários principais – contango e backwardation – têm impacto direto nas estratégias e resultados dos investidores que aplicam em produtos ligados a matérias-primas.

Contango: um futuro mais caro que o presente

Chamamos de contango quando o preço dos contratos futuros de uma commodity é mais alto do que o seu preço à vista (spot). Ou seja, comprar petróleo para entrega daqui a alguns meses custa mais caro do que comprar para entrega imediata. Esse fenômeno é bastante comum em commodities que podem ser armazenadas, como petróleo ou metais industriais.

As principais razões para o contango geralmente estão ligadas aos custos associados ao armazenamento e ao financiamento: quem compra e guarda a mercadoria precisa cobrir custos de armazém, seguros, taxas e também o custo de oportunidade do dinheiro investido. Assim, o preço futuro já inclui todos esses custos extras, refletindo um valor mais alto do que o preço spot.

Exemplo prático — petróleo em contango

Imagine que, em um determinado período, a oferta mundial de petróleo é alta e os estoques estão cheios. Os contratos futuros para comprar petróleo daqui a seis meses ficam mais caros do que comprar agora, porque quem armazena o produto precisa ser compensado por isso. Isso aconteceu, por exemplo, em 2020, durante a pandemia, quando a demanda caiu e os estoques aumentaram.

Backwardation: quando a urgência domina

O cenário oposto, chamado de backwardation, ocorre quando o preço dos contratos futuros está mais baixo do que o preço spot. Em outras palavras, comprar a commodity agora é mais caro do que garantir a entrega futura. Essa situação normalmente aparece em momentos de escassez de oferta ou quando há uma demanda urgente por entrega imediata.

Nesses casos, o mercado está sinalizando que há prêmio pela disponibilidade imediata: quem precisa do produto para já paga mais caro, pois existe uma pressão de consumo ou algum fator de risco geopolítico, climático ou logístico. O backwardation envia uma mensagem clara de urgência ao mercado.

Exemplo prático — trigo em backwardation

Durante o conflito na Ucrânia em 2022, houve risco de falta de trigo nos mercados internacionais. O preço spot subiu muito rápido porque os compradores queriam garantir a entrega imediata, enquanto os contratos futuros ficaram relativamente mais baratos, sinalizando backwardation.

Por que isso é decisivo para os investidores?

Para quem investe em ETFs, fundos, ou outros produtos financeiros baseados em contratos futuros de commodities, entender o formato da curva de preços é fundamental. Ao investir nesses produtos, é comum que o gestor precise “rolar” os contratos – ou seja, vender o contrato que está perto do vencimento e comprar outro com vencimento mais distante. Se o mercado está em contango, esse processo tende a gerar perdas recorrentes (o famoso “roll negativo”), pois se vende barato e se recompra caro. Já em cenários de backwardation, o efeito é o oposto: o investidor pode ser beneficiado pelo “roll positivo”, vendendo caro e recomprando mais barato, potencializando o retorno.

Bon à savoir: Em resumo

Analisar a curva de preços das commodities permite que o investidor entenda as expectativas do mercado, identifique momentos de oportunidades ou de risco e ajuste suas estratégias para evitar surpresas desagradáveis. Contango e backwardation são sinais importantes da dinâmica entre oferta, demanda e custos no mercado – e afetam diretamente o desempenho de quem investe em produtos ligados a matérias-primas.

P. Laurore

Especialista em finanças

Co-fundadora da HelloSafe e detentora de um mestrado em finanças, Pauline tem uma experiência reconhecida em finanças pessoais, que utiliza para ajudar os utilizadores a compreender melhor e a otimizar as suas escolhas financeiras. Na HelloSafe, Pauline desempenha um papel fundamental na conceção de conteúdos claros e educativos sobre poupanças, investimentos e finanças pessoais. Apaixonada pela educação financeira, Pauline esforça-se, em cada conteúdo que supervisiona, por fornecer informações fiáveis, transparentes e imparciais para uma gestão financeira independente e informada. Para tal, testou mais de 100 plataformas de negociação para ajudar os utilizadores da Internet a fazerem as escolhas certas.